terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Produção de pimenta volta a ser destaque

A pimenta tipo tabasco volta a ser produzida em Sobral, no Perímetro Irrigado Ayres de Souza, distrito de Jaibaras. Depois de dois anos sem atividade, a produção que envolve aproximadamente 12 famílias agora está focada no atendimento à demanda existente no mercado interno, tendo inicialmente como principais compradores empresários da região Nordeste, depois de haver, por um bom período, servido às mesas dos norte-americanos.
Nesse novo projeto montado pela Secretaria da Agricultura e Pecuária do município, a estimativa é de que cada área de produção atinja o máximo três mil pés de pimenta por família, o que garante uma safra de oito toneladas por colheita.
Eudes Rocha Barbosa, um dos produtores envolvido no projeto anterior, acredita que este novo projeto tem tudo para dar certo. "Unindo a experiência e a expectativa de fazer bons negócios acredito que estamos indo no caminho certo". A sua expectativa é produzir até dois quilos de pimenta por planta.
"O principal motivo de ter deixado Sobral fora do mercado externo durante todo esse período foi a queda do dólar, inviabilizando a exportação, já que os insumos acompanhavam a subida do dólar e não acompanhavam a descida do mesmo", disse José Alberto Sá de Araújo, técnico agrícola da Secretária da Agricultura e Pecuária e responsável pelo projeto.
No projeto anteriormente implantado no município com recursos do Pronaf, as áreas produtoras de pimenta ocupavam cerca de quatro hectares envolvendo oito grandes produtores que juntos tiveram uma produção recorde no primeiro ano de 72 toneladas, gerando uma receita de R$ 108 mil.
Na agricultura brasileira, dentre os diversos produtos cultivados, a pimenta desponta como um dos que experimenta boa fase de crescimento por meio do cultivo irrigado. Esta evolução é atribuída a diversos fatores como: as condições naturais de solo propícias ao seu cultivo, as boas condições climáticas existentes na região, a alta qualidade e produtividade do produto e o desenvolvimento da tecnologia de pós-colheita.
 O Brasil já foi o primeiro produtor e consumidor mundial de pimentas, até o começo dos anos 90. Hoje, no entanto, o País perdeu diversas posições no ranking mundial, ficando atrás do México (atualmente é o maior mercado produtor de pimentas do mundo), da Índia, da Tailândia e de alguns países africanos e asiáticos.
Para o secretário Edison Araújo, apesar do projeto está em fase inicial já mostra bons resultados financeiros. "A nossa avaliação já mostra que a cultura da pimenta é bastante lucrativa por ser considerada como uma das culturas que mais emprega mão-de-obra, pela sua influência no mercado de trabalho", disse Frota, garantindo que a Secretaria vem beneficiando o cultivo de pimenta por meio de doação de terras preparadas e disponibilidade de técnicos, que acompanham de perto o trabalho dos agricultores fornecendo assistência técnica e informações sobre o preparo do solo.
Apesar do projeto de exportação ter sido interrompido, Frota acredita que agora, com a demanda voltada para o comércio interno, não há motivos para os produtores temerem uma nova paralisação na produção da pimenta tipo tabasco. "Nós temos um comprador que tem interesse em vir montar no município uma indústria de condimentos e nos dar uma maior sustentabilidade na produção", disse Araújo. Outro ponto citado pelo secretário está ligado à cultura de produção. "A nossa orientação é de que cada agricultor plante somente aquilo que ele e a família possa colher evitando, assim, a contratação de mão-de-obra terceirizada, o que pode acarretar perda na venda do produto", disse ele.
Expectativa
"É a retomada de um projeto que teve muita influência na geração de emprego". Alberto S, técnico agrícola
"A minha expectativa é de colher até 2 mil quilos de pimenta tipo tabasco por safra". Eudes Roch, produtor
MAIS INFORMAÇÕES
Secretaria da Agricultura e Pecuária de Sobral - Rua Viriato de Medeiros, 1205, Centro
(88) 3611.5835

MDA aprova novo projeto agroecológico do Instituto Agropolos

Foto: Instituto Agropolos
Foto: Instituto Agropolos
Territórios  Agroecológicos: Traçando novas veredas rumo à convivência com o semiárido. Este é novo projeto do Instituto Agropolos que foi aprovado, em janeiro, pelo  Ministério do Desenvlvimento Agrário (MDA), como resultado da quarta etapa da implementação da Lei 12.188/10 de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) para prestação de serviços em municípios dos Territórios da Cidadania e do Semiárido brasileiro.
O projeto aprovado tem como objetivo  promover,  através da Assistência Técnica e Extensão Rural, uma transformação na produção e no consumo de alimentos, elevando, assim, a produção e a renda de base familiar,  pautada nos princípios agroecológicos para uma melhor convivência com o semiárido cearense.
Segundo o diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural da Secretaria da Agricultura Familiar (Dater/SAF) do MDA, Argileu Silva, o foco na demanda efetiva dos agricultores familiares permite que os serviços de assistência técnica e extensão rural sejam, cada vez mais, um elemento estratégico no processo de desenvolvimento sustentável.
A seleção das propostas foi baseada em critérios exclusivamente técnicos, valorizando a entidade que tenha experiência em atividades de ATER, que apresente metodologia de trabalho compatível com a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para Agricultura Familiar
O presidente do Instituto Agropolos, Marcelo Pinheiro, explica que o novo projeto da instituição irá  atender,  diretamente, no mínimo 630 agricultores e agricultoras familiares, distribuídos em três municípios do Território da Cidadania Sobral e mais três  municípios no Território da Cidadania Inhamuns/Crateús, priorizando as relações sociais de gênero e geração e a construção coletiva.
“O projeto contribuirá de forma muito significativa para o surgimento de uma concepção de desenvolvimento sustentável, econômico e social compatível com as circunstâncias ecológicas locais, com a estratégia de produção na Agricultura Familiar com base na sustentabilidade da agroecologia pautadas na dimensão política, ética, social, econômica e cultural”, ressalta Marcelo.
Para ele, é  através da ATER que surge a possibildade de  entendimento que a transição agroecológica aplicada no Semiárido é uma opção. Na prática, diz o presidente do Instituto Agropolos , “é um dos caminhos para a sustentabilidade da produção agrícola e reprodução familiar, garantindo a soberania alimentar e nutricional.”

Setor da reciclagem quer aumentar participação na Política de Resíduos Sólidos

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, recebeu nesta quinta-feira (3/2) os representantes da União Nacional dos Sindicatos e Associações das Empresas de Reciclagem (Unaser). O setor veio solicitar do Ministério uma maior participação dentro da Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em 2010 e recentemente regulamentada. Participaram da reunião a Secretária da Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, Samyra Crespo, e o Secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, Silvano Silvério.
Entre as principais reivindicações do setor de reciclagem apresentadas à ministra estão: a criação de um marco regulatório para a atividade, como a criação de um código brasileiro da reciclagem; a desoneração para o setor; e a abertura de um canal de diálogo entre recicladores e o Ministério do Meio Ambiente (MMA). Os representantes da Unaser manifestaram também o desejo de realizar o mapeamento do setor de reciclagem no Brasil.
A ministra informou aos participantes as mudanças e os ajustes que o Ministério vem promovendo, como a criação de uma secretaria sobre Cidades Sustentáveis, para substituir a secretaria que hoje cuida do ambiente urbano. Izabella explicou que, antes de qualquer coisa, é preciso que haja uma reflexão estratégica para que se possa avançar no debate sobre o setor para que esse passe a contar com uma política competitiva.
"Precisamos ter uma visão crítica do setor, com avaliação econômica e social para darmos prosseguimento a esse diálogo. Essa avaliação tem de vir embasada por estudos profundos relativos à atividade", disse a ministra. Izabella reafirmou a importância do setor de reciclagem como um segmento competitivo, mas que necessita de aperfeiçoamento tecnológico para incrementar suas oportunidades e possibilidades.
A ministra considerou a proposta de criação de um Código Brasileiro de Reciclagem uma iniciativa oportuna, mas ponderou a necessidade se de embasar melhor o discurso para responder questões como que melhoria se conseguiria com a sua criação e que oportunidades traria. "Esse é um processo em construção e de alianças e quero entender mais profundamente a envergadura da proposição", disse.
Quanto à reivindicação de desoneração para o setor, a ministra explicou que, antes de tudo, seria necessária uma avaliação econômica bem elaborada para a demanda e a abertura de diálogo com os estados da Federação. "Preciso de argumentos fortes do ponto de vista econômico e social para convidar outros atores à discussão. Com bons números se removem preconceitos", disse ela.
Izabella informou aos representantes do setor que o Ministério já mantém uma agenda ampla com os catadores, assim como com a indústria e que vê com bons olhos a criação de um canal de comunicação com os recicladores.
Estiveram presentes à reunião Marcos Albuquerque, do Sindicato das Indústrias de Reciclagem do Ceará (Sindiverde); Carlos Israilev, presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico de Reciclagem; Manuel Padreca, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Recicladoras de Papel; Marcelo Alarenga e José Carlos, da Associação Nacional das Empresas de Reciclagem de Pneus e artefatos de Borracha (Arebop); e Celso Pedrino da Associação Brasileira das IndústriasRecicladoras de Papel (Abirp).

Exército brasileiro adere à agenda ambiental

efferson Rudy/MMA
Foto Exército brasileiro adere à agenda ambiental
Até 2013 as ações da A3P serão implementadas nas mais de mil unidades da instituição espalhada pelo País. Órgão é o primeiro das Forças Armadas a aderir ao programa do MMA de responsabilidade socioambiental.
07/02/2011
Melissa Silva
Durante a assinatura do termo de adesão do Comando do Exército Brasileiro à Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), nesta segunda-feira (7/2), o general de brigada e chefe de Relações Internacionais e Meio Ambiente, Floriano Peixoto Neto, assumiu o compromisso de que, até o final de 2013, as ações da A3P estarão em plena execução nas 1.226 unidades do Exército espalhadas por todo o País.
O Exército é a primeira das Forças Armadas a aderir à A3P e iniciará este ano as ações de sensibilização e capacitação dos 200 mil militares que compõem o quadro efetivo e temporário sobre o uso racional dos recursos, gestão adequada dos resíduos sólidos, licitações sustentáveis e qualidade de vida no ambiente de trabalho. Além disso, há a intenção de estender a multiplicação dos princípios ambientais aos 90 mil jovens alistados que passam anualmente pelos quartéis brasileiros.
Em virtude da envergadura do Exército, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, entende que a adesão à A3P representa apenas o primeiro passo rumo a um diálogo sólido entre o meio ambiente e o Exército.
Izabella declarou a vontade do Ministério do Meio Ambiente em contar com a parceria do Exército em três novas fronteiras da agenda ambiental: a proteção das florestas e o acesso aos recursos genéticos, combatendo a biopirataria; gerar novos ativos financeiros com a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, buscando novos patamares de distribuição de renda e justiça social; bem como a sofisticação de tecnologias de eficiência energética para formulação de uma estratégia nacional competitiva que permita ao Brasil, definitivamente, fazer a transição para uma economia de baixo carbono. "Temos a oportunidade de ser o primeiro Exército de baixo carbono do Planeta, comprometido com as mudanças climáticas mundiais", disse a ministra.
Ministério Público - A Procuradoria Regional da República da 1ª Região, que integra o Ministério Público Federal, assinou o termo de adesão à A3P na mesma data, mas já vem implementando as ações de responsabilidade socioambiental há um ano.
"Quanto mais parceiros melhor, pois a sustentabilidade não é prerrogativa do Ministério do Meio Ambiente, mas de todos que trabalham para construir uma sociedade mais justa, com distribuição de renda e acesso equilibrado aos recursos naturais", comemorou a ministra.
Além da coleta seletiva solidária e destinação dos materiais recicláveis à cooperativa de catadores, a Procuradoria faz recolhimento de pilhas e baterias, bem como do óleo de cozinha e lâmpadas, destinando os resíduos para empresas que já possuem disposição adequada.
A pedido dos servidores, a Procuradoria também já iniciou a campanha de sensibilização dos gestores com campanha lúdica e educativa, utilizando os personagens da turminha do MPF, para explicar os materiais que são recicláveis e como deve acontecer a separação nos coletores distribuídos pelas salas de trabalho.
Em 2011, uma das metas da Procuradoria é achar soluções sustentáveis para o lixo orgânico, com a construção de um minhocário, que servirá como espaço de compostagem desses resíduos.
"O Ministério Público em sua atuação externa tem a responsabilidade de proteger o meio ambiente e fica contraditório exercer esse papel sem ter a consciência ambiental incorporada nas rotinas diárias de trabalho", ressaltou Alexandre Camanho, procurador-chefe.
Camanho reconhece que o engajamento não acontece repentinamente, mas sim de forma progressiva e gradual. Para que o estímulo seja constante, mais do que constituir uma Comissão da A3P, a Procuradoria encaminhou proposta para criar em sua estrutura uma assessoria de responsabilidade socioambiental com competência para fomentar as ações de A3P permanentemente.
Com a capilaridade que a Procuradoria possui em dois terços do território nacional, a secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, Samyra Crespo, destacou a importância da multiplicação das rotinas ambientais de preservação a toda rede do Ministério Público, principalmente com a capacitação dos gestores para as compras sustentáveis, tema que deve ser reforçado na agenda ambiental de 2011.
Para a ministra do Meio Ambiente, o grande benefício dos princípios da A3P é que eles conseguem extrapolar as estruturas dos órgãos públicos e, por meio da mudança de comportamento dos servidores, acabam alcançando as famílias e as comunidades onde moram.